Expressões latinas não recebem acento gráfico em português
Alguma expressões latinas já se tornaram tão comuns na linguagem cotidiana que muita gente as emprega sem lembrar que pertencem a um sistema gráfico distinto do nosso.
É o caso de “per capita” (em português, “por cabeça”), que, conquanto tenha o acento tônico da proparoxítona, não tem o acento gráfico que uma palavra proparoxítona da língua portuguesa teria. Veja um exemplo disso:
Esse consumo representa 29% do mercado de cosméticos do Oriente Médio, ficando atrás apenas da Arábia Saudita, cuja renda per cápita é quase o dobro da iraniana.”
É preciso estar atento na hora de empregar termos latinos, que, embora mais frequentes no vocabulário jurídico, podem aparecer nas mais variadas circunstâncias. É o caso das expressões “a priori” e “a posteriori”, de largo uso, que indicam, respectivamente, algo que independe da experiência e algo que se baseia nela. Assim, podemos falar em “conhecimento a priori” ou “impressão a posteriori”, por exemplo.
“Persona non grata” é qualquer pessoa que não seja bem-vinda; condição “sine qua non” é uma condição essencial (“sem a qual não”). Fazer um mea-culpa é reconhecer a própria culpa. Note-se que essa expressão sofreu aportuguesamento, daí o uso do hífen. Em latim, temos “mea culpa”.
Em educação, usam-se expressões como “lato sensu” e “stricto sensu”, ou seja, sentido amplo e sentido restrito: “mestrado stricto sensu” e “pós-graduação lato sensu”. Quando algo é feito por pura formalidade, diz-se que foi feito “pro forma” (“Deu explicações pro forma”).
Um ato jurídico realizado entre pessoas vivas é um ato “inter vivos”. Assim: “doação inter vivos”, por exemplo. Se o assunto for uma divisão segundo determinada proporção, é possível que apareça a expressão “pro rata” (“divisão pro rata”).
Abaixo, o fragmento corrigido:Esse consumo representa 29% do mercado de cosméticos do Oriente Médio, ficando atrás apenas da Arábia Saudita, cuja renda per capita é quase o dobro.
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