quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas

O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação.

É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou Acordos.

A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.

Mostraremos nessa sessão de artigos o Novo Acordo de uma maneira descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.

Alfabeto
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como:

km – quilômetro,

kg – quilograma

Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
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Acentuação Gráfica QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex.

Chá Mês nós
Gás Sapé cipó
Dará Café avós
Pará Vocês compôs
vatapá pontapés só
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém

Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

•L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
•N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
•R – câncer, caráter, néctar, repórter.
•X­ – tórax, látex, ônix, fênix.
•PS – fórceps, Quéops, bíceps.
•Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
•ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
•I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
•ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
•UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
•US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

•Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
IMPORTANTE

Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema

Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial

O acento diferencial permanece nas palavras:

pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)

Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural:

SINGULAR PLURAL
Ele tem Eles têm
Ele vem Eles vêm

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – Base XII e XIII – acento grave e supressão dos acentos em palavras derivadas

1º) Recebem o acento grave:

a) Contração de uma preposição a com o artigo feminino ou pronome demonstrativo o:

à – junção de a + a
às – junção de a + as

b) Contração da preposição a com os demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo, não podendo deixar de citar as preposições com os compostos aqueleoutro e suas flexões:

àquele àquela àquilo àqueleoutro àquelaoutra àqueles àquelas àqueleoutro àquelaoutra
1º) Não se usa o acento agudo ou circunflexo em advérbios terminados em –mente, derivado de adjetivos:

avidamente – de ávido debilmente – de débil facilmente – de fácil habilmente – de hábil ingenuamente – de ingênuo somente – de só
2º) Não se usa o acento agudo e circunflexo em palavras derivadas que contêm sufixos iniciados por z e cujas formas originais apresentam vogal tônica em que apresenta acento agudo ou circunflexo:

aneizinhos – de anéis avozinha – de avó bebezinho – de bebê cafezada – de café chapeuzinho – de chapéu chazeiro – de chá ilheuzito – de ilhéu mazinha – de má orfãzinho – de órfão lampadazita – de lâmpada avozinho – de avô bençãozinho – de bênção
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – Base XVIII – apóstrofo

1º) Casos de apóstrofo:

a) Usa-se para combinações e aglutinações de vocábulos distintos:

d’Os Lusíadas, d’Os Sertões, n’Os Lusíadas, n’Os Sertões, pel’Os Lusíadas

b) Usa-se em contração e aglutinação com formas pronominais para dar realce:
d’Ele, n’Ele, d’Aquele, n’Aquela, d’o, n’a, n’o, Pel’o, m’o, Tu’a

c) Emprega-se em ligações com as palavras santo e santa:
Rua de Sant’Ana, Culto de Sant’lago, Ordem de Sant’lago

d) Emprega-se para eliminar o e da preposição de, em combinações com substantivos:
Estrela-d’alva, Copo-d’água, Pau-d’alho, Pau-d’óleo,

2º) Não usa o apóstrofo:

1. Em uniões perfeitas:

No, Nas, Neles, Nela, Nestas, Nisto, Nesse, Nessa, Naquilo, Nestoutra, Num, Noutra, Nuns, Nos, Nisso, Noutrem, Nalgum, Noutras, Nessoutro, Naqueloutra,

Obs.:

Quando a preposição se combina com a forma articulares ou pronominais a, o, as, os ou quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construção de infinitivo, não se emprega o apóstrofo, nem se funde a preposição com a forma imediata, escrevendo-se estas duas separadamente:

Afim de ele entender
Apesar de não ter o conhecido
Em virtude de nossos amigos serem corajosos
O fato de o perceber
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex.

Chá Mês nós
Gás Sapé cipó
Dará Café avós
Pará Vocês compôs
vatapá pontapés só
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém

Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

•L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
•N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
•R – câncer, caráter, néctar, repórter.
•X­ – tórax, látex, ônix, fênix.
•PS – fórceps, Quéops, bíceps.
•Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
•ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
•I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
•ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
•UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
•US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

•Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

•Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

IMPORTANTE

Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema

Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial

O acento diferencial permanece nas palavras:

pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)

Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural:

SINGULAR PLURAL
Ele tem Eles têm
Ele vem Eles vêm

Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – Base X – acentuação das vogais tônicas grafadas I e U das palavras oxítonas e paroxítonas

1º) As vogais tônicas grafadas com i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s:

Aí Atraí Baú Caís Esaú Jacuí Luís Alaúde Baía Balaústre Ciúme Egoísmo Miúdo Sanduíche
2º) As vogais tônicas grafadas com i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não forme ditongo, constituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r, z:

Bainha, Rainha, Paul, Coimbra, Ruins, Influir, Juiz

3º) Levam acento agudo a vogal tônica grafada com i, formas oxítonas terminadas em r dos verbos em –air e –uir, quando estas se combinam com as formas pronominais –lo, -la:

Atraí-lo – de atrair-lo
Possuí-la – de possuir-la

4º) Não recebem acento agudo as vogais tônicas i e u das palavras paroxítonas, quando estas são precedidas de ditongo:

Baiuca, Boiuno, Cauila, Cheiinho, Saiinha

5º) Levam acento as oxítonas de vogais tônicas grafadas com i e u quando precedidas de ditongo, encontram-se em posição final ou seguidas de s:

Piauí , Teiú, Tuiuiú, Tuiuiús

6º) Não se acentua os ditongos tônicos grafados com iu e ui, quando precedidos de vogal:

Distraiu, Instruiu, Pauis

7º) Não se acentua o –u tônico nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de g ou q e seguido de –e ou –i (grupos que/qui e gue/gui)

Arguo Averiguas Enxaguam Deliqui Argui Apazigue Oblique Averigue Enxague Delinquo Enxagues Arguem Enxaguo Delinquem

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