terça-feira, 23 de agosto de 2011

Silabada é vício fonético

Silabada é vício fonético – mais precisamente, vício prosódico –, pelo qual deslocamos indevidamente o acento tônico de algum vocábulo.
De modo geral, esse acento provém da língua de origem da palavra e deve ser respeitado, não porque os gramáticos assim querem, mas por dever ser seguido o uso geral. Caso contrário, nós é que estaremos com o “passo errado”.
Além do mais, em certos casos, se mudamos o acento tônico, corremos o risco de estar emitindo outra palavra diferente da que pretendíamos. Como exemplo, atentemos para estes pares: contínuo/continúo, dúvida/duvída, édito/edíto, jáca/jacá, sentái/senta aí, végeto/vegéto e outros (*). Estas diferenças ocorrem porque em português o acento tônico é traço distintivo, ou seja, é elemento diferenciador do significado vocabular.

Entretanto, há vocábulos com mais de uma pronúncia – em razão da vontade popular – sem alteração do sentido. Por isso, mesmo na língua culta, há casos de flutuação, como Antióquia e Antioquía, aríete e ariête, autópsia e autopsía, clítoris e clitóris, necrópsia e necropsía, projétil e projetíl, Tessalônica e Tessaloníca, uréter e uretér, etc. (*) Essa oscilação prosódica tende a desfazer-se com o tempo pela fixação de uma das formas e abandono da outra. Há muitas palavras de procedência grega que tiveram a pronúncia modificada no latim, de onde tiramos o acento em português.Pronúncia adequada
arquétipo
bênção
decâno
drúida
filantrôpo
flúido
Gibraltár
ibéro
ínterim
libído
Lúcifer
maquinaría
misantrôpo
Niágara
ômega
pântano
períto
protótipo
pudíco
recém-
rubríca Pronúncia inadequada
arquetípo
bençã

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